Tendências e Conceitos da Nova Arquitetura Educacional

Vivemos um período crítico de mudança na educação, motivado pelo amadurecimento de conceitos educacionais e pela evolução da tecnologia.

Mudanças na relação professor-aluno, o aprendizado a partir do erro, a valorização do senso crítico, o aprender à aprender e a geração de informação colaborativa são alguns dos diversos temas discutidos atualmente.

E o avanço das tecnologias criaram novas formas de aprendizado e comunicação. A informação é criada e disseminada livremente, e está disponível abertamente pela internet.

Da mesma forma os espaços educacionais precisam mudar. Como criar um novo espaço onde ensinar não é apenas transmitir conhecimento ?

As tradicionais salas de aula são simplesmente um monte de cadeiras voltadas para um quadro negro, e um local pomposo para destacar o professor.

Listamos abaixo algumas ideias importantes que podem ser usadas para guiar o projeto de salas de aula para a real atualidade e possivelmente para o futuro das novas escolas:

1) Flexibilidade – A nova sala de aula precisa permitir diversas configurações. Mobiliários livres, cadeiras e mesas soltas, piso plano, sem degraus ou desníveis. A própria distribuição das salas de aula pode ser de tal forma que possa haver a interação entre salas vizinhas, utilizando divisórias acústicas deslizantes ou pivotantes.

2) Infraestrutura – A nova sala de aula deve permitir a instalação de diferentes equipamentos, em posições aleatórias, também permitir que os alunos possam usar seus próprios equipamentos. É necessário uma boa distribuição de pontos de eletricidade, ou sistemas que permitam a mudança de pontos de acordo com a necessidade. Integração através de rede sem fio é o desejável. Não deve ser planejada uma posição fixa para quadros e projeções. Os projetores podem ser giratórios e móveis, os suportes de escrita devem ser diversificados, podem ser vários em diferentes superfícies dentro das salas. Painéis móveis, quadros em todas as paredes, quadros deslizantes, quadros interativos, projeções, entre outros equipamentos devem ser considerados.

3) Interatividade – O professor não é mais detentor único do conhecimento, e sim o orientador, o guia, o mediador. As informações podem chegar à sala de aula de diferentes formas, inclusive pelos próprios alunos, e o professor deve saber administrar, distribuir este conhecimento de forma adequada. A sala de aula deve proporcionar meios deste conhecimento ser fluido. Permitir que o aluno possa expressar e transmitir livremente o conhecimento adquirido.

4) Conforto Ambiental e Sustentabilidade – O espaço para o aprendizado deve ser prazeroso. As condições térmicas, acústicas e lumínicas devem ser de boa qualidade. Porém não deve ser desprezado o pensamento na sustentabilidade. A boa arquitetura também ensina. Economizar energia é importante.

5) Incentivar a Criatividade – Espaços criativos influenciam no desenvolvimento a criatividade dos alunos. Espaços diferenciados são produtivos. Deve-se tomar cuidado para que o estimulo não seja exagerado e ao invés de colaborar com o aprendizado promova a dispersão dos alunos. Professor e aluno devem criar juntos e compartilhar soluções locais de acordo com a necessidade do grupo, reinventando a sala de aula presencial a partir da dinâmica hipertextual e interativa.

6) Diversidade e Identidade – Em uma única escola podem existir diferentes salas de aula, em formato, tamanho, disposição, condições, construida de diferentes materiais, de diferentes cores. Salas diferentes podem ser usadas com objetivos diferentes, para turmas com diferentes perfis. Ao criarmos salas diferenciadas, com características próprias, cada um destes espaços passa a ter uma identidade, que cria um elo de ligação da sala com o aluno. Permitir que os próprios alunos possam fazer pequenas intervenções nos espaços também é produtivo.

http://harvardmagazine.com/2011/10/analysis-pedagogy-practice-and-teaching-innovation-at-harvard

http://sirkenrobinson.com/


https://educationalurbanism.wordpress.com/tag/innovative-schools/