Centro de Convenções Cidade do Rio de Janeiro - CCCRJ

Rio de Janeiro – RJ – 2002
cliente: Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ
área construída: 75.600 m²

A moderna e dinâmica prática de organização de eventos em todo o mundo comprovadamente evidenciou as vantagens de instalações contíguas flexíveis, planejadas e equipadas especificamente para a realização de feiras, congressos e convenções.

O Centro de Convenções Cidade do Rio de Janeiro (CCCRJ), a ser implantado na área do Teleporto na Cidade Nova, será um equipamento urbano diferenciado, na forma de um empreendimento multiuso, que virá atender a crescente demanda do Rio de Janeiro como destino de turismo de negócios, eventos, feiras e convenções.

A cidade, que recebe anualmente mais de 2,0 milhões de turistas estrangeiros além de 5,0 milhões de visitantes/ano no turismo doméstico está, segundo a International Congress and Convention Association ICCA, em 7º lugar no ranking mundial das cidades sede de eventos internacionais. O ‘Rio Convention & Visitors Bureau’ (RC&VB) tem cadastrado em 2001 mais de 300 eventos que já estão programados para a cidade até 2007.

A proposta apresentada, nesta etapa preliminar do Concurso, visa atender as demandas diversas e específicas de um equipamento desta natureza, viabilizado através de um empreendimento multiuso viável e financeiramente rentável.

A localização do CCCRJ, dentro de espaços disponíveis do Plano Diretor do Teleporto na Cidade Nova, é estratégica e diferenciada em termos logísticos dentro da malha urbana da cidade, pois se encontra em um ponto nodal de confluência das Zonas Sul, Central e Norte.

A qualidade da infraestrutura urbana e do sistema viário do entorno imediato (viadutos, linhas expressa, avenidas, ruas de pedestres, galerias de serviços) facilita a acessibilidade multi modal (metrô e rodoviária com carros, taxis, vans e ônibus). O modal aéreo, através de helipontos, deverá também viabilizar o fácil acesso entre o futuro CCCRJ e os aeroportos, nacional Santos Dumont e internacional Galeão e outros pontos da cidade.

A proposta de implantação da edificação seguiu os parâmetros estabelecidos pelo concurso, e assumiu como princípio responder as diferentes demandas do entorno.

Localizado no ponto final de um eixo visual e de circulação de pedestres e simultaneamente faceando a Av. Paulo de Frontin e os viadutos, o edifício apresenta duas imagens diferentes, sendo que a velocidade é um dos maiores referenciais da sua expressão.

Na face voltada para as rodovias cria-se um volume único seguindo a curva do terreno e a velocidade dos fluxos com um tratamento homogêneo de uma ‘membrana mídia’, que representa o dinamismo dos eventos, possibilita o uso de propaganda (como fonte de receitas extras) e indicação da programação. Em contrapartida a face voltada para a rua Herbert de Souza se diferencia, assumindo a escala humana a ser percebida pelos transeuntes.

A rua Herbert de Souza forma o ponto final de um eixo visual e de circulação de pedestres que parte do edifício do CASS e Anexo da Prefeitura, passa pelas quadras do futuro núcleo e encontra seu arremate visual no edifício tombado da antiga TV Record.

A proposta volumétrica valoriza a percepção do eixo e a presença do bem tombado, permitindo a visibilidade do edifício por toda sua extensão. O edifício antigo ganha um novo uso e passa a fazer parte do novo conjunto de edificações. Através da definição de uma Praça Coberta ao redor do edifício existente criamos um espaço de transição, que une todos os acessos aos usos da nova edificação, definindo um espaço de convívio apoiado pelas atividades de cultura lazer e entretenimento.

Para esta praça se orientam todos os espaços de funções públicas, enquanto as áreas de serviço são voltadas para a face da Av. Paulo de Frontin. Assim a organização interna se torna legível na volumetria e no tratamento das fachadas.

Localizado nesta posição especial, o objeto arquitetônico responde a duas exigências urbanísticas que determinam o partido do projeto, as duas velocidades de movimentação e percepção. A arquitetura evidencia o contraste entre a percepção através do movimento rápido do carro e o movimento contemplativo do pedestre. Com essa dualidade se define a sua organização interna, a composição volumétrica e seu desenho arquitetônico.

Na proposta para recuperação do edifício tombado o mesmo será equipado para abrigar atividades de apoio, complementares e sinérgicas, às feiras / exposições e congressos. No pavimento térreo será implantado um café / restaurante com atendimento aos espaços internos e externos do edifício. Nos 1º e 2º pavimentos estão previstas instalações de 2 salas multiuso para abrigar até 150 pessoas cada para pequenos eventos e apresentações musicais e culturais (filmes, lançamentos de produtos, etc.). Ao redor e voltadas para praça, dentro das edificações que a envolvem, estão previstas 9 lojas destinadas a instalação de comércio e serviços de banco, agência de turismo, entre outros necessários ao apoio aos usuários dos eventos e do edifício comercial.

Os edifícios comerciais e o hotel geram duas verticalidades nas extremidades das quadras, em lados opostos, sugerindo a quebra da horizontalidade da volumetria. Os tratamentos de ambos são similares, mas diferem do restante da edificação do CCCRJ.

O edifício comercial está implantado de forma a possibilitar a sua independência do restante das outras edificações. Está sendo proposto de forma flexível podendo atender a demanda tanto por pavimentos corridos quanto para salas de pequeno porte.

O Hotel, de categoria 3 a 4 estrelas, com 140 unidades, deverá atender a parte da demanda decorrente dos eventos . Suas instalações estão diretamente ligadas aos espaços de exposições e congressos.

Os diversos usos do pavimento térreo – nível 0.00m das edificações interagem com a “Praça Coberta”. Ao se acessar o “Grande Hall”, o público usuário perceberá uma setorização indicando o acesso às feiras/exposições no mesmo pavimento e o acesso às instalações destinadas aos congressos/ convenções no 1º pavimento (nível +9.80m) através de escadas rolantes e elevadores. Os salões das feiras e exposições têm capacidade para 300 expositores e podem ser subdivididos em 2 através de painéis removíveis. O Salão 1 tem capacidade para até 180 expositores e o Salão 2 para até 120. O acesso de materiais e equipamentos se dá independentemente para os salões. A área das docas, de fundamental importância à eficácia da operação, montagem e desmontagem de eventos, é apoiada por amplas áreas de plataforma e depósito, voltadas para a face de serviço do empreendimento.

No primeiro pavimento – nível +9.80 da edificação de exposições e congressos concentram-se os espaços e salas para reuniões, comitês e workshops, com um auditório para 400 pessoas e os espaços para convenções de até 2800 pessoas.

No segundo pavimento nível +16.80 da edificação de exposições e congressos foi implantado o restaurante nobre do empreendimento. Este restaurante, com capacidade de 400 lugares, é acessado pelos elevadores panorâmicos que se abrem ao atrium do “Grande Hall”.

Os estacionamentos, faceiam o elevado e a avenida Paulo de Frontin, e são acessados pela Rua Joaquim Palhares, que tem mão dupla e caixa com 2 faixas de rolamento.

A destinação de áreas setorizadas para os estacionamentos do CCCRJ buscou não apenas viabilizar operacionalmente os eventos do porte que se pretende, mas sim, atender a demanda em pico máximo, evitando conflitos de fluxo vertical. Houve também a preocupação com a viabilidade financeira do custo/vaga. Assim sendo definiu-se por implantar apenas um subsolo, ocupando também três pavimentos a partir do nível +16.80m, atingindo um total de 1225 vagas. A proposta se define através da análise da situação urbanística pré-existente na extremidade do Teleporto, Rio de Janeiro (Plano Diretor para o Centro Empresarial da Cidade Nova – desenvolvido em 1994).

O Centro Convenções, Cidade do Rio de Janeiro (CCCRJ) será implantado nas Quadras 12 e 13 deste Plano Diretor, tornando-se assim, o elemento final do eixo principal do desenho urbano proposto. Simultaneamente criará o limite deste Plano Diretor com o volume dos estacionamentos faceando a Av. Paulo de Frontin e os viadutos.

O Programa do Centro de Convenções compreende 6 setores:

1 Setor de Exposições – 6.000m²
2 Setor de Congressos – 9.000m²
3 Hotel – 140 unidades
4 Edifício comercial – 5.500m²
5 Área cultural e comercial – praça coberta, 2 salas de cinema, restaurante e 9 lojas.
6 Edifício garagem – 1.200 vagas

Área Total Construída – 72.000m².

Velocidades

Na face voltada para as rodovias foi criado um volume único seguindo a curva do terreno e a velocidade dos fluxos com um tratamento homogêneo de uma fachada mídia. Esse tratamento expressa para o exterior o dinamismo dos eventos e possibilita o uso de propaganda (como fonte de receitas extras) e indicação da programação.

Em contrapartida a face voltada para a rua Herbert de Souza se diferencia, assumindo a escala humana a ser percebida pelos transeuntes. Partindo da rua Herbert de Souza junto ao edifício do CASS e Anexo da Prefeitura e passando pelas quadras do futuro núcleo, encontramos seu arremate visual no edifício tombado.

Volumetria

A proposta volumétrica valoriza a percepção do eixo e a presença do bem tombado, permitindo a visibilidade do edifício por toda sua extensão. O edifício antigo ganha um novo uso e passa a fazer parte do novo conjunto de edificações. Através da definição de uma Praça Coberta ao redor do edifício existente foi criado um espaço de transição, que une todos os acessos aos usos da nova edificação, definindo um espaço de convívio apoiado pelas atividades de cultura lazer e entretenimento.

Acessos

Para esta praça se orientam todos os espaços de funções públicas, enquanto os acessos de serviço são voltados para a face da Av. Paulo de Frontin. Assim a organização interna se torna legível na volumetria e no tratamento das fachadas.

Usos

O edifício tombado será equipado para abrigar atividades de apoio, complementares e sinérgicas, às feiras / exposições e congressos. Serão implantados um restaurante e duas salas de cinema. Ao redor e voltadas para praça, dentro das edificações que a envolvem, estão previstas 9 lojas destinadas a instalação de comércio e serviços de banco, agência de turismo, entre outras necessárias para apoio aos usuários dos eventos e do edifício comercial. Nesta praça encontramos os acessos para as diversas funções do complexo do Centro de Convenções que são:
1. um Grande Hall com acesso às Salas de exposição e ao Centro de Congressos;
2. o Edifício Comercial definido por um volume próprio com total independência funcional e econômica;
3. o Hotel de 4 estrelas com 140 unidades hoteleiras em 5 pavimentos sobrepostos ao Centro de Congressos;
4. os estacionamentos se localizam no único um pavimento subterrâneo e no edifício de três pavimentos sobreposto ao Centro de Congressos que forma o volume da fachada mídia e cria uma barreira contra a poluição sonora e atmosférica proveniente das rodovias;

Paisagismo

O projeto de toda a área do Teleporto tem a assinatura de Roberto Burle Marx. Considerando o fator histórico de este ter sido o seu último projeto além de já estar executado em grandes trechos do complexo, prevemos a sua manutenção.

Este projeto se define basicamente por uma paginação de piso em mosaico português contendo varias espécies arbóreas da flora brasileira.

Equipe:
Marco Milazzo
Juliana Fleury
Thorsten Nolte
André Lompreta
Ana Paula Polizzo
Beatriz Teixeira
Gustavo Martins